Sincronia
Calam-se os lápis
Suspiro redobrado,
E aquela canção.
Vadios os boêmios,
Doces Cinderelas,
Divino fruto da ilusão,
Coroas açoitadas,
Espero.
E o próprio verso,
Já não respira mais.
Corredor da morte
Que me leva ao sofrer
Sentimento descontente
Desatina por fazer.
Musa assim
Tão simplesmente.
Tuas garras de marfim
Entrelaçam minha face.
Desafie a mim,
Aplaude a dor
Ceifa tua máscara,
Indecente.
Ó, doce brisa
Que afaga meu peito
Cobre-me de ternura,
Faça me agonizar
Deslize tortura
Por esta pele
Ressecada com a dor.
Por estes olhos
Passam ventos
De águas que passaram
Conforte-me.
Dos meus cabelos,
A poeira de tuas mãos
Levante-me deste tédio
Cubra-me de moral
Agilize meu morrer.
Provindas do peito,
Vozes.
Mais livre delírio
Seduz-me ao vicioso.
Ó, complexa loucura
Lábios infames
Sentirdes insanos
Simples invictos,
Beijos insípidos.
Somente.
Mente.
Ali, pendente para correr,
O mais simples eu
Observava.
Estéril, lábil.
Ignóbeis os seres, ferrenhos,
Invictos.
Friamente me filmavam.
Com suas lentes de carne pura,
Olhares petulantes, irônicos.
O que, ao ver de tantos,
Era frugal,
Assemelhava-se,
À mais intrincada jornada,
Talvez...
Pela minha efemeridade
Por dons,
Que não possuía.
Enquanto homem,
Ali definhava
Mesmo diante da vivacidade
Da mais bela flor,
Que me acompanhava,
E que tocava meus lábios,
E aferrecia...
Giuseppe
Hoje o dia é das andorinhas
E tua face aparecia, certeira,
Projetada nas asas.
De mariposas, tímidas,
Sensatas.
Então, som, ação, foco.
Lágrimas fugiam,
À cauda de atrevida raposa.
Sabor de coentro.
E aquela canção.
Não mais cantam na chuva.
Não mais gritam pela África,
Tampouco saúdam metrópoles.
Apenas são.
Setembro.
Um brinde à humanidade,
Progresso.
Aos sorrisos idosos, câmeras.
Às mãos criminosas, lâminas.
Por que não darmos vingança?
Sentai seus traseiros gordos
Perecei sob o luar.
Luzes armadas ocupam meu céu.
A noite é dos morcegos.
E seu olhar,
Castanho bélico,
Que me encara assim tão simplesmente,
Me cativa tão somente,
E sem pedir,
Invade meu Eu
E me torna assim tão bobo,
Tão sincero,
Chama ardente.
Tuas madeixas,
Nos ombros com tom de areia,
Areia que flui pelas mãos,
Tal fluidez
De meus sentimentos por ti.
E sua face,
Desconhecida,
Enigmática,
Me leva a falsas lembranças.
E ao delírio.